terça-feira, 31 de maio de 2016

Jesús García Giménez e a história do òrgão na Galiza.

Quando organizava os manuscritos do F.L.M. chamou-me a atenção um maço de papel cosido em cuja capa podia ler-se Cantico á María Sma; Letra M. de Castro; Música de S. Tafall. O fato de conter uma obra do grande Santiago Tafall Abad fez que restara importância ao outro título que continha o maço, Flores a María Sma, de Jesús García Giménez. Tenho que reconhecer que o nome deste último autor nem me soava, e, portanto, também não sabia se era galego, músico profissional ou amador, etc. Agora, quando já tudo está no seu sítio e posso demorar em cada documento para contextualiza-lo, cataloga-lo, valorizar a sua importância na historiografia local e na geral, compreendi que detrás de Jesús García Giménez há uma história muito interessante que paga a pena comentar.

Síntese biográfica.

Jesús Ramón Evaristo García González nasceu as nove da manhã do 27 de outubro de 1863, na casa situada no nº 24 da Rua do Vilar. O seu pai foi Bruno García Monteira (1835-1919) de Santiago e sua mãe Rosa Giménez Díaz (1837-1898) de Padrão. De Bruno García conta-nos o Correo de Galicia, 6/04/1919 o seguinte:

«Ha fallecido en esta ciudad el octogenario D. Bruno García Monteira, padre del notable pianista D. Antonio Jiménez y de D. Jesús, profesor del colegio de Cee.
Poseía el señor García Monteira el título de abogado, y era el último condiscípulo del Sr. Montero Ríos.
Desempeñó el señor García más de cincuenta años el cargo de organista de esta catedral y llevaba quince jubilado.
Fué compañero de los insignes músicos santiagueses Tafall y los hermanos Curty.
Contaba con muchas simpatías en esta población, por lo que fué su muerte muy sentida.» 

O pai de Bruno, e avó de Jesús, foi o também organista corunhês Juan García.
Do casamento entre Bruno García e Rosa Giménez, realizado o 1 de maio de 1861 na igreja de Santa Susana,  nasceram, ademais de Jesús, Felisa (1862), Joaquín (1864), José (1867) e Antonio (?), este último concertista de piano, rondalhista, direitor da tuna...

Na imprensa de 1881, quando contava apenas 18 anos, aparece anunciado Jesús como afinador de pianos, com domicílio na Virgem da Cerca nº 5. 
Gaceta de Galicia 09/11/1881

Em 1890 já era professor de música no instituto Fernando Blanco de Cee, no que também exercerá como organista da sua capela. 
A princípios de 1925 é nomeado diretor da banda de música desta vila marinheira, onde fina em 1935.

Três peças do nosso acervo.

Entre os manuscritos de carácter religiosos encontramos as seguintes peças da autoria de Jesús García Giménez:

Jaculatoria [1ª e 2ª voz] Texto em castelhano. 29X21,5 cm;1 f; 2 p. 


Letania [A dos voces y organo] Texto em latim. 31,5X21,5cm; 1f; 1p. 1913 


Flores á María Stma Texto em castelhano. Filigrana: A[ntonio]. Serra S[obrino]. 31,5X21,5cm; 5f; 10p. 1921 


Unha vez terminemos de inventariar os documentos depositados no nosso arquivo, é possível que apareça alguma outra obra do músico compostelano Jesús García. Se isto acontece, ampliaremos esta breve postagem com as novas achegas.

Sem comentários:

Enviar um comentário