quinta-feira, 30 de junho de 2016

Interior da casa de Castelao em Rianxo.

A princípios dos 90, a equipa do programa de TVE-G Desde Galicia para el mundo, capitaneado por Nazaret López, vieram a Rianxo a gravar um capítulo titulado «Rianxo, o paraiso existe». No programa podemos ver entrevistas e atuações muito interessantes e que formam parte já do arquivo histórico da nossa vila. Como exemplo dizer que há uma atuação do grupo de Manuel Vicente Chapi ou um percorrido pelo interior da casa de Castelao, que a dia de hoje supõe um documento excecional. 
Pouco a pouco irei partilhando os vídeos com as atuações musicais realizadas neste programa. Nesta primeira entrega deixo-vos com essa viagem ao interior da morada de Castelao onde podemos ver, na sua localização original, algum dos quadros que fizeram parte da exposição do museu de Ponte Vedra. Saudades!

Realizador: Julio de la Sierra
Presentadora; Nazaret López
T.V.E. S.A.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Xosé Duncan no Fondo Local de Música do Concello de Rianxo.

Quando fizemos a posta de largo do nosso Fondo, o 28 de março do 2015, no concerto titulado Rianxo na Belle Epoque, pedi a Xosé Duncán que lera um texto seu que se escuita-se sincronizado coa Valsa Rianxo, um experimento multimédia que saiu perfeito. E saiu assim porque com Duncan não há qualquer hipótese de improvisação. O seu trabalho é meticuloso, honesto e por cima, absolutamente generoso.
Entre os nossos fundos guardamos com verdadeiro amor o manuscrito de aquela miniatura com a que nos agasalhou. Hoje ponho-a na rede tal e como ele no la deu. Só nos falta a sua assinatura que lha pedirei este verão, quando acompanhada dos amigos e amigas rianxeiros, apresente na sua casa as suas novidades. Aguardamos-te.




sábado, 18 de junho de 2016

Marcas de Água.

Segundo a Wiki, uma marca de água ou marca d'água ou simplesmente filigrana é uma marca formada por diferenças na espessura de uma folha de papel, aplicando-se uma estampa na folha quando ainda está húmida. Pode ser vista apenas quando o papel é colocado contra a luz.
No nosso arquivo há inúmeros manuscritos escritos sobre papel com diferentes marcas de água que achegam informações muito valiosas. É pena que os catálogos de partituras que encontramos na rede apenas deem informação sobre as filigranas do suporte, o qual resulta uma informação do mais pertinente.
Em arquivos locais como o nosso, onde um apreende a identificar grafias, reportórios, usos... o tema das marcas de água ajudam a datar, achegam dicas sobre possíveis autores ou proprietários... Resulta curioso a fidelidade de alguns dos nossos autores a determinadas marcas, quiçá por serem as que na altura se vendiam nas papelarias locais, como a de Cándido González, La Colmena.
Nalguns lugares esta-se a gastar muito dinheiro em fotografar e catalogar estas marcas, como se pode ver neste vídeo que mostra o que se está a fazer na Berlin State Library. O investigador alemão fala dum custo de 100.000 euros. No meu caso utilizo um retroprojetor que me deixou o C.E.P. Brea Segade e a minha tablet. Não ficará tão bem mas o custo e zero. 
Deixo aqui alguns exemplos das marcas mais recorrentes: A.S.S. (Antonio Serra Sobrino), Romani, Villaseca, Papelera Española... 


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Fig.1, 2, 3, filigranas de Romaní, com o carimbo do mestre de capela e organista da Sé de Tui José Basadre List.

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Fig. 4 e 5. Romaní.


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Fig. 6, 7. Antonio Serra Sobrino.

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Fig. 8,9. Bonastre Vilaseca e Vilaseca y Cia.

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Fig. 10 Papelera Española.







sexta-feira, 10 de junho de 2016

As sonatas de Mireya

Hoje, no arquivo, andei a organizar os volumes impressos para piano. Alem dos estudos de Czrny, Bertini ou Herz, temos as sonatas de Beethoven e Mozart, mais algumas de Haydn. Não sabemos a quem pertenceram, só que estavam no contexto de outras associadas à família Dieste. 
As anotações marginais ou aquelas feitas sobre as próprias partituras sempre nos contam coisas; só há que ter paciência e saber lê-las.
As sonatas de Beethoven estão cheias de estas notas pianísticas a lápis, números para indicar a dedilhação e algumas palavras aclaratórias. O curioso é que estas palavras estão em inglês.
Se relacionamos este fato, com o resto de partituras onde aparecem os nomes de diferentes membros da família Dieste, considero mais que provável que essas indicações fossem feitas para ser lidas por Mireya Dieste, quiçá pelo seu professor londrino.
Eduardo Dieste, pai da pianista, foi cônsul geral de Uruguai na capital inglesa no período que vai de 1927 a 1931, é dizer, no intervalo dos 12 aos 16 anos de vida da menina.
Se estou no certo, e Mireya na altura já tocava o scherzo da sonata nº 2, Op. 2 [1795], haverá que concluir que foi uma pianista bem precoce.

Scherzo da sonata nº2, Op. 2


Fragmento da página anterior
com a indicação Double Sharp.