sexta-feira, 10 de junho de 2016

As sonatas de Mireya

Hoje, no arquivo, andei a organizar os volumes impressos para piano. Alem dos estudos de Czrny, Bertini ou Herz, temos as sonatas de Beethoven e Mozart, mais algumas de Haydn. Não sabemos a quem pertenceram, só que estavam no contexto de outras associadas à família Dieste. 
As anotações marginais ou aquelas feitas sobre as próprias partituras sempre nos contam coisas; só há que ter paciência e saber lê-las.
As sonatas de Beethoven estão cheias de estas notas pianísticas a lápis, números para indicar a dedilhação e algumas palavras aclaratórias. O curioso é que estas palavras estão em inglês.
Se relacionamos este fato, com o resto de partituras onde aparecem os nomes de diferentes membros da família Dieste, considero mais que provável que essas indicações fossem feitas para ser lidas por Mireya Dieste, quiçá pelo seu professor londrino.
Eduardo Dieste, pai da pianista, foi cônsul geral de Uruguai na capital inglesa no período que vai de 1927 a 1931, é dizer, no intervalo dos 12 aos 16 anos de vida da menina.
Se estou no certo, e Mireya na altura já tocava o scherzo da sonata nº 2, Op. 2 [1795], haverá que concluir que foi uma pianista bem precoce.

Scherzo da sonata nº2, Op. 2


Fragmento da página anterior
com a indicação Double Sharp.

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